----- Um pai. Um miúdo de 11 anos. Um trabalho escolar.
- Pai, preciso fazer um trabalho para a escola! Posso fazer-te uma pergunta?
- Claro, meu filho, qual é a pergunta?
- O que é a política, pai?
- Bem, política envolve: Povo; Governo; Poder económico; Classe trabalhadora; Futuro do país...
- Não entendi nada. Dá para explicares melhor?
- Bem, vou usar a nossa casa como exemplo:
Sou eu quem traz dinheiro para casa: então eu sou o poder económico.
A tua mãe administra, gasta o dinheiro: então ela é o governo.
Como nós cuidamos das tuas necessidades, tu és o povo.
O teu irmãozinho é o Futuro do país e a Zefinha, a nossa criada, é a classe trabalhadora. Entendeste, filho?
- Mais ou menos, pai. Vou pensar.
Naquela noite, acordado pelo choro do irmãozinho, o menino, foi ver o que havia de errado. Descobriu que o irmãozinho tinha sujado a fralda e estava todo emporcalhado. Foi ao quarto dos pais e viu que a mãe estava num sono muito profundo. Foi ao quarto da criada e viu, através da fechadura, o pai na cama com ela. Como os dois nem ouviram o menino a bater à porta, ele voltou para o quarto e adormeceu.
Na manhã seguinte, à hora do café, o miúdo falou com o pai:
- Pai, agora acho que entendi o que é a política.
- Óptimo filho! Então explica-me com palavras tuas.
- Bom, pai, acho que é assim: Enquanto o poder económico fode a classe trabalhadora, o governo dorme profundamente... O povo é totalmente ignorado e o futuro do país fica na merda!!!
EIS A REALIDADE...........
A realidade para a maior parte dos funcionários públicos deste país é muito má, diria antes, muito negra. As carreiras congeladas, os aumentos dos vencimentos abaixo da taxa de inflação nacional, ou seja, o funcionário público é sempre o carrasco das más políticas governativas do país. Em 1998 um operador de reprografia auferia um vencimento de 54 mil escudos e passados 10 anos o mesmo aufere um vencimento de pouco mais de 500 euros. Olhando para os números de um ponto de vista económico constatamos que teve um aumento de 100% no seu vencimento, mas se olhar-mos para os números na óptica do “poder de compra” constata-se que o mesmo pouco ou nada aumentou, sendo optimista, pois o preço dos bens essenciais e a inflação também aumentaram. Para quem não vive esta realidade e não entendeu o que realmente se passa então aqui vai um exemplo de um mero funcionário solteiro com um vencimento de 650€. O funcionário recebe os 650€ correspondentes ao seu vencimento, dos mesmos retira 300€ para a renda do seu apartamento (T1), mais 30€ para a luz e sobram 320€. Dos mesmos gasta cerca de 100€ em combustível para se deslocar para o trabalho e assim sendo sobrem 220€. Aproveitando para carregar o telemóvel com 10€ (sim porque é uma coisa que faz falta principalmente quando se está longe da família e para namorar um pouco) sobram uns míseros 210€ para a alimentação, vestuário, calçado e outros bens de primeira necessidade ao longo de 30 dias são necessários à sobrevivência do ser. Sim falo apenas dos bens de primeira necessidade, pois os de segunda e terceira nem vê-los. É esta a verdade nua e crua de muitos funcionários públicos neste país. O funcionário público paga os seus impostos na totalidade sobre os rendimentos auferidos, ao contrário do que é prática recorrente em muitas empresas do sector privado. Assim sendo deixo aqui uma pergunta a quem quiser responder: Com 210€ por mês para se “governar” acham que se vive ou sobrevive?
. O AUTOR DESTA PIADA DEVIA...