A acusação refere que Alice Ferreira levou Andreia Elisabete (a quem chamou Joana Filipa) do Hospital do Padre Américo, em Penafiel, no dia 17 de Fevereiro de 2006, quando aquela tinha dois dias de vida.
Para tal dirigiu-se ao balcão, espreitou a lista dos doentes internados, indicou um nome aleatoriamente, subiu de elevador à obstetrícia, viu um bebé sozinho numa cama, colocou-o dentro de um saco acolchoado que transportava consigo.
Desceu de elevador, dirigiu-se ao carro onde colocou o bebé dentro num saco de viagem preparado para o efeito. De seguida, dirigiu-se ao hospital para entregar o cartão da visita.
Passou a noite dentro do carro com a bebé e, no dia seguinte, apresentou-se em casa com a suposta filha. Tudo para não levantar suspeitas. Não registou a menor, nem cumpriu o plano de vacinação. Manteve a criança consigo durante mais de um ano, concretamente, até 12 de Março de 2007, altura em que a cunhada, irmã do companheiro, a denunciou.
Segundo a acusação, a arguida agiu livre e conscientemente com o propósito de privar a menor da liberdade de estar com os seus verdadeiros pais e restantes familiares.
Alice já participou na reconstituição do crime com a PJ, no hospital, e esteve em prisão preventiva até 12 de Junho. Desde essa data encontra-se a cumprir a medida de permanência na habitação com pulseira electrónica.
A alteração da medida foi motivada, por um lado, pela indicação de uma residência fixa que viabilizava a prisão domiciliária, apenas possível, após a reconciliação com o companheiro que aceitou recebê-la em sua casa.
Por outro lado, permitia que as filhas, acolhidas temporariamente numa instituição, regressassem a casa. Além disso, deixou de existir perigo de alarme social. A prová-lo estava, segundo o juiz, as largas dezenas de assinaturas de amigos, vizinhos, colegas de trabalho de Alice a atestar que a arguida é «respeitada e carinhosa» «séria e honesta». Estes documentos foram juntos pela defesa no requerimento a pedir a revogação da prisão preventiva.
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