Aquilino Ribeiro nasceu numa pequena aldeia da Beira Alta, Carregal de Tabosa, que se torna conhecida porque um grande escritor aí viu a luz do sol pela primeira vez, deu os primeiros vagidos, em 10 de Setembro 1885 e vem a falecer em Lisboa a 27.05.1963, como ele disse ‘de enxada na mão como os seus conterrâneos’ (como é evidente, a sua enxada era a pena que por vezes cava bem fundo!). Será um infeliz, ou um felizardo a quem o destino reserva uma vida boa? Decerto esta questão universal passou pelas mentes dos que rodeavam o bebé que mais tarde haveria de fazer parte daquele grande lote de escritores nascidos no século XIX tais como Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Antero de Quental, António Feliciano de Castilho (um grande rol de intelectuais a empurrar Portugal que, no entanto não tinha concerto), que funda em 1956 a Sociedade dos Escritores, que pertenceu à Carbonária, que lutou pela liberdade, o que lhe custou a prisão (preso no presídio de Viseu, donde se evadiu para Paris, por ter participado na Revolução de Pinhel) e o exilo e que nos deliciou com a sua riqueza de material linguístico e variedade de recursos, com a sua ficção contemporânea de mestre incontestado nos seus livros como ‘Jardim das Tormentas’ (1913), ‘Estrada de Santiago’ (1922), ‘O Malhadinhas’ (1949), quase 70 (69) obras sendo uma delas, ‘O Livro da Marianinha’ (1922), um livro de poemas infantil dedicado à sua neta, sem esquecer ‘Terras do Demo’ (1919) e ‘Quando os lobos uivam’, este último clara referência ao regime Salazarista, que também o persegue, onde ataca o governo.
Os restos do grande Homem vão ser, por decreto recente, proposta apresentada por Jaime Gama e aprovada por unanimidade, transladados para o Panteão Nacional, indo esta 10ª figura pública que vai ali a descansar para sempre fazer companhia a outros grandes portugueses como Almeida Garett (que teve a ideia da construção daquele mausoléu, que demorou 284 anos a construir – obras de Santa Engrácia que nunca mais se acabavam!), João de Deus, Humberto Delgado, Teófilo de Braga, Óscar Carmona, Sidónio Pais, Amália Rodrigues…
A notícia despoletou e as oposições também “Aquilino Ribeiro é um assassino, não pode ser exposta a memória de um regicida à admiração dos Portugueses pois é um péssimo exemplo para os vindouros!”
Após o ‘Regicídio’, em que cinco militantes da Maçonaria esperavam no dia 1 de Fevereiro de 1908 o coche real, tendo o Buiça e o Costa ferido de morte o trigésimo segundo rei de Portugal D. Carlos I e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe. Aquilino diz em certo texto a certa altura “Invisível, mas estava lá, eu fiz parte do regicídio.”
Este homem, preparador de atentados bombistas, frequentador do Chiado e jornalista, é para os oposicionistas alguém que não deve ser lembrado.
Não está provado que tivesse feito parte de tão hediondo acto. Não será porventura uma declaração pejada de ironia, aludindo às sua farpas contra o regime que tinham por móbil fazê-lo reagir de forma que Portugal andasse para a frente, de modo nenhum para que se tomassem tais medidas extremas que veladamente reprova?
E daí? os assassinos percebem que para haver progresso ‘era morte ao tirano’. Afinal D. Carlos foi um rei excepcional que queria fazer avançar Portugal, um diplomata exímio que conseguiu a visita de grande número de chefes de estado, para se poder relacionar, para poder desenvolver o país…
Criticar o governo não é crime, é estímulo! Crime é visar o homem, disparar e matar…
A vida não tem sido fácil,
muitas voltas tem dado,
conheço muita gente,
mas não me sinto acompanhado;
As meus anjos guardiões,
eu quero agradecer,
nunca me desampararam,
mesmo quando pensava já não ver;
Tento ser forte,
para superar as situações,
por vezes até me engano,
num mundo de ilusões;
Mas por fim na minha vida,
algo de bom apareceu,
veio por ondas magnéticas,
mas o meu espiríto se aprecebeu;
Tivé-mos conversas interesantes,
e trocá-mos impressões,
das vidas falá-mos,
sem falar-mos em perdões;
Logo despertou o interesse,
pois falava-mos a mesma linguagem,
estáva-mos em sintonia,
parecia uma miragem;
A miragem era bonita,
e foi-se fortalecendo,
até que chegou o dia,
que viés-te aqui correndo;
Esse dia tinha de chegar,
mais cedo ou mais tarde,
falá-mos sempre com objectivos,
nunca faltá-mos à verdade;
Por isso foi maravilhoso,
naquele dia em que te vi,
por isso tou a escrever,
estes versos para ti;
Não sou grande poeta,
escrevo o que me vou lembrando,
gosto de fazer poesia,
uma vez de vez em quando;
Para já vou terminar.
mas muito fica por escrever,
espero que gostes da surpresa,
para mais tarde eu te ler;
Vou ler pessoalmente,
para ti com emoção,
só espero que fiques feliz,
por te ter no meu coração.
Ass: Mestre