A realidade para a maior parte dos funcionários públicos deste país é muito má, diria antes, muito negra. As carreiras congeladas, os aumentos dos vencimentos abaixo da taxa de inflação nacional, ou seja, o funcionário público é sempre o carrasco das más políticas governativas do país. Em 1998 um operador de reprografia auferia um vencimento de 54 mil escudos e passados 10 anos o mesmo aufere um vencimento de pouco mais de 500 euros. Olhando para os números de um ponto de vista económico constatamos que teve um aumento de 100% no seu vencimento, mas se olhar-mos para os números na óptica do “poder de compra” constata-se que o mesmo pouco ou nada aumentou, sendo optimista, pois o preço dos bens essenciais e a inflação também aumentaram. Para quem não vive esta realidade e não entendeu o que realmente se passa então aqui vai um exemplo de um mero funcionário solteiro com um vencimento de 650€. O funcionário recebe os 650€ correspondentes ao seu vencimento, dos mesmos retira 300€ para a renda do seu apartamento (T1), mais 30€ para a luz e sobram 320€. Dos mesmos gasta cerca de 100€ em combustível para se deslocar para o trabalho e assim sendo sobrem 220€. Aproveitando para carregar o telemóvel com 10€ (sim porque é uma coisa que faz falta principalmente quando se está longe da família e para namorar um pouco) sobram uns míseros 210€ para a alimentação, vestuário, calçado e outros bens de primeira necessidade ao longo de 30 dias são necessários à sobrevivência do ser. Sim falo apenas dos bens de primeira necessidade, pois os de segunda e terceira nem vê-los. É esta a verdade nua e crua de muitos funcionários públicos neste país. O funcionário público paga os seus impostos na totalidade sobre os rendimentos auferidos, ao contrário do que é prática recorrente em muitas empresas do sector privado. Assim sendo deixo aqui uma pergunta a quem quiser responder: Com 210€ por mês para se “governar” acham que se vive ou sobrevive?
sobrevive...
De
Viktor a 2 de Abril de 2008 às 11:43
Obrigado, mas qual de vós respondeu?
De
antiego a 2 de Abril de 2008 às 14:53
Já conhecem o conceito de "MILEURISTA"? Procurem na net.
De
Viktor a 2 de Abril de 2008 às 16:51
Obrigado por teres comentado. Devido à curiosidade fiz uma pesquisa, e assim sendo passo a divulgar o significado dessa palavra por ti escrita:
O termo mileurista é usado para referir-se a uma pessoa da geração nascida na Europa entre 1968 e 1982 (aproximadamente) com remuneração que gira em torno de mil euros por mês.
O termo descreve a situação econômica, as pessoas e o grau de instrução, posto que o mileurista tem formação superior, geralmente graus acadêmicos de pós-graduação ou mestrado, cursos de especialização e extensão, e fluência em idiomas.
É uma geração jovem, obrigada a viver na casa dos pais ou em residências comunitárias, sem filhos ou patrimônio e que não encontra meios de alcançar um grau mínimo de estabilidade econômica. Vive o presente sem perspectivas claras de futuro ou, pelo menos, de mudança.
A intenção é dar ênfase ao contraste de uma geração com elevada formação acadêmica e pouca experiência prática num mercado de trabalho que dá maiores compensações financeiras à experiência do que à formação.
Obrigado por comentares. Volta sempre.
Antes de mais um grande Abraço meu amigo. Relativamente ao teu post, concordo plenamente contigo, pois também sou funcionário público e SOBREVIVO a tudo isto (como a maioria dos Tugas). Mas vejamos bem as coisas isso não é geral, pois os salários chorudos que os nossos ministros, secretários de estado, assessores e afins recebem, esses meu amigo, nem que estejamos todos a morrer de FOME, mas esses têm que ser mantidos e acompanhar a inflacção 3x ou 4x mais.... Assim andamos!!! Agora proponho-te um desafio, referiste e muito bem um caso de um funcionário público que auferia 650€ mesais, mas falemos numa simples funcionária de limpeza com um salário na ordem dos 480€, solteira com renda de casa e crédito do carro, como é que SOBREVIVE? Cumprimentos Virtuais.
De
Viktor a 2 de Abril de 2008 às 11:48
Sobrevive fazendo 4 panelas de sopa por mês, onde cada panela tem de dar para uma semana. Para fazer a sopa usa alguns legumes que tenha plantado no quintal ou então que compra a algum agricultor a um preço muito mais baixo que o isto nos super e hipermercados.
Não sai de casa, a não ser uma vez por semana e apenas para tomar um cafézinho.
Não sei se este é o caso dela mas conheço quem assim faz pois é a única forma de sustento.
Um abraço amigo.
Viktor
pois só mesmo assim... isto de facto vai de mal a pior... SOMOS UNS ESCRAVOS DA VIDA... Passamos a vida a trabalhar para COMER e enquanto assim for nada mal...
Olha uma vez mais e por achar interessante, vou-te pedir "emprestado" o post, para ver no que dá no meu blog. Abraço e espero que não te importes.
De
Viktor a 2 de Abril de 2008 às 11:44
Por mim tudo bem, desde que coloques que o mesmo é da minha autoria.
Um abraço.
Fica descansado amigo, abraço.
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